Vocês que gostam de escrever:
como balanceiam o consumo e a produção de conteúdo?, criam uma rotina?, consomem mais do que produzem, ou o contrário?
Odeio as palavras “consumo” e “conteúdo”, mas não conheço outras que sejam tão generalistas…
@batepapo@lemmy.eco.br
Basicamente produzo dois tipos de conteúdo significativo: códigos experimentais e pequenas produções literárias (poesias, prosas e pequenas estórias).
No caso de códigos, são mini-projetos (geralmente em Node.js ou SPAs) experimentando com conceitos matemáticos, artes visuais procedurais (uso de algoritmo para geração artística gráfica, que difere de IAs pelo fato de ser algo mais “diretamente programado” e “determinístico”), linguagem (como uma espécie de “Processamento de Linguagem Natural” mas não tão completa quanto, como encaixe de padrões em um dicionário de palavras), matemática e aleatoriedade (adoro “brincar” com números e coisas aleatórias).
No caso de produções literárias, de Dezembro do ano passado até à metade desse ano, por motivos espirituais esotéricos (o que dentro do esoterismo é chamado de “gnose”), tive um fluxo de inspiração onde eu escrevia poesias diariamente. Embora fosse de escrever longos textos e de participar de “fóruns de discussão online” (desde a época do Orkut, nas nostálgicas comunidades do Orkut) com frequência significativa, tal inspiração fôra um ponto fora da curva, porque eu sempre fui “o nerd da escola” e, portanto, excessivamente analítico, mas então comecei a produzir textos profundamente emocionais e espirituais (espiritual num sentido ocultista, Luciferiano ou, mais precisamente, “Lilithiano”).
Há vários meses estou “afastado” e “desconectado” da espiritualidade e praticamente voltei à minha natureza “nerd”, onde meus textos geralmente são códigos em Javascript, Python, ou alguma outra linguagem de programação de scripts, ou então (longos) textos (como esse) em contextos sociais online (como em comentários de um site brasileiro de notícias tecnológicas, bem como em threads do Lemmy, neste quase sempre em Inglês), mas ainda produzo textos “profundos” e não-técnicos (que, portanto, portam certa característica emocional) com alguma frequência, envolvendo não exatamente espiritualidade luciferiana mas um misto sincrético com metafísica e filosofia (especialmente niilista e absurdista), subcultura gótica, memento mori, fluxo de consciência (do inglês “stream-of-consciousness”) com alguns aspectos do Dadaísmo (que experimenta com a linguagem de uma forma que desafia a lógica linguística) e surrealismo (onde, como um exemplo que me vem nesse momento, seria uma mesma estória/poesia/prosa abordando “cavalos sentados no deserto” jogando “dezenas de combinações diferentes de tazos” em cima não de uma mesa, mas de “um tabuleiro hexagonal de xadrez flutuante”, todo um cenário extremamente surreal; tais coisas me vieram no momento em que escrevo esse comentário).
Como equilibro? Não equilibro. É espontâneo. Odeio rotina, gosto sempre de tentar fazer alguma coisa diferente, ainda que dentro de um contexto igual. Não tenho exatamente uma vida social, então minha mente é muito ativa em um sentido mais analítico. Em todos os meus 30 anos de idade, fui atrás de muitos conceitos, tento aprender de tudo um pouco, conhecer de tudo um pouco e portanto, também leio bastante; não exatamente livros, mas artigos, instruções, documentações, explicações e afins. “Sei que nada sei”, mas tento saber mesmo aquilo que nenhuma mente humana conseguiria saber. Minha mente está sempre tentando buscar conexões entre coisas que geralmente não são “conectáveis”, tentando conceitualizar o inefável e o númenal, talvez como uma forma de lidar com uma depressão que me acompanha desde tempos imemoráveis. Leio e, principalmente, escrevo, como um mecanismo catártico, inundando minha mente de pensamentos surreais, dissonantes e aleatórios, enquanto evito outros pensamentos mais pessoais principalmente de alguns passados.